Dia 1 – sábado (18/07/2015)
Compramos há alguns meses as nossas passagens Dublin – Glasgow – Dublin pela RyanAir por menos de 40 euros para nós dois, mas o plano desde o início era conhecer Edimburgo. Como a passagem para Edimburgo estava muito mais cara, achamos melhor (diga-se, mais barato) fazer a seguinte estratégia:
- Passagem Dublin – Glasgow (ida e volta)
- Ônibus do Aeroporto de Glasgow até a Buchanan Bus Station em Glasgow (ida e volta): pegamos o ônibus 500, que custou 18 libras para nós dois e é super frequente.
- Ônibus Glasgow – Edimburgo (ida e volta): apenas 4.50 libras para nós dois neste site aqui, ou seja, pouco mais de 1 libra cada trecho por pessoa.
Chegamos na estação de ônibus de Edimburgo, que fica no que eles chamam de Cidade Nova (New Town). Os prédios são antigos também e foram construídos a partir do século XVIII, mas a parte antiga ainda tem prédios da época medieval.
Fomos direto para o nosso albergue, o High Street Hostel (40 libras para nós 2 em um quarto com 4 camas e banheiro compartilhado), que fica extremamente bem localizado, mas tem banheiros minúsculos.
Ele está ao lado da Royal Mile, que é a avenida principal da cidade, com muitas lojas, restaurantes e claro, pubs. É nesta rua que você vai encontrar todos os souvenirs que puder imaginar, sendo que o objeto mais famoso é o kilt, a saia quadriculada escocesa utilizada pelos homens. Eu nunca tinha visto um homem usando ao vivo, mas depois que vi, achei uma graça e até quis comprar pro Celo, mas não rolou.
Deixamos a nossa mochila (sim, viajamos desta vez só com uma) no albergue e fomos andando por esta avenida até a principal atração da cidade, o Castelo de Edimburgo. No caminho para lá, entramos na St Giles’ Cathedral, construída em 1883, que é bem bonita por fora, mas mais bonita ainda por dentro. Como eles cobram uma taxa de 2 libras para você tirar fotos lá dentro, eu não quis pagar, mas peguei uma foto no Google pra você ver também.
O famoso Castelo
Seguimos subindo a Royal Mile (sim, é uma ladeira, aliás, a cidade toda tem ladeiras), até que chegamos ao castelo. Nós cogitamos comprar os ingressos online (RECOMENDAMOS!), mas como estávamos sem impressora, achamos melhor comprar lá na hora: maior besteira ever! Pegamos uma fila enorme desnecessária, que certamente afetou o nosso bom humor de sempre. Como nem tudo tem só um lado ruim ou só um lado bom, estava fazendo sol (peguei uma corzinha até!) e a moça da bilheteria nos avisou que em menos de cinco minutos sairia um tour guiado gratuito. Lá fomos nós…
Fizemos o tour com um senhor que parecia ser um professor de história, super didático e com uma memória absurda. Fiquei impressionada com a quantidade de datas, nomes e lugares mencionados em menos de 1 hora de tour. Foi muita informação mesmo! Aqui vai um resumo:
- O castelo foi construído no século XII em cima de uma rocha vulcânica que o deixa a 120 metros de altura em relação ao nível do mar.
- A minúscula St Margaret’s Chapel, construída em 1130 para ser uma capela apenas da família real, é atualmente a construção mais antiga da cidade e felizmente, pode ser visitada e utilizada por pessoas comuns, como eu e você. No dia da nossa visita, inclusive, estava havendo um mini casamento ali, com cerca de 20 pessoas apenas. Muito chique!
- Não deixe de visitar o Great Hall, construído por Jaime IV da Escócia no início do século XVI. Nós conseguimos assistir a uma encenação da batalha de Waterloo ali dentro, mas foi bem difícil entender o que aqueles dois atores escoceses falaram…
- É possível ver de bem perto o canhão Mons Meg, que é um dos mais antigos do mundo, com mais de 550 anos. Ele foi construído para o casamento de Mary Stuart, Rainha da Escócia, e o Rei Henrique II, da França.
- O Royal Palace é onde estão os aposentos reais utilizados pelos últimos monarcas da família Stuart, sendo o principal deles o quarto onde a Queen Mary deu à luz o Rei Jaime VI, em 1566 (Birth Chamber)
- O que mais chamou a nossa atenção foi a Sala da Coroa, onde estão as jóias reais escocesas, (a Coroa, a Espada e o Ceptro). A coroa foi feita em 1540 em ouro, pérolas, diamantes e outras pedras e é lindíssima! As 3 peças foram levadas ao castelo no ano de 1707, que foi o ano em que o Reino da Grã-Bretanha foi criado. Desde 1996, esta sala também exibe a Pedra do Destino, que é uma pedra na qual todos os Reis da Escócia sentaram durante as cerimônias de coroação. Esta pedra foi levada para a Inglaterra, mas graças à um ato generoso da Rainha Elizabeth II, ela foi devolvida à Escócia na condição de ser levada novamente para a Inglaterra nas futuras coroações.
- Nós visitamos também vários museus e memoriais de guerras, todos bem completos, e aproveitamos para curtir o visual de lá de cima.
Descemos do castelo e caminhamos por trás dele para ver a sua vista mais interessante, segundo o cara do nosso albergue. Não achei nada demais, mas como o trajeto é relativamente curto, foi bom para ver a rocha vulcânica onde o castelo foi erguido.
Passamos no Princes Street Gardens, que é um parque bem central e organizado e depois passeamos pela principal rua de compras da cidade, a Princess Street. Seguimos para o restaurante do Jamie Oliver, Jamie’s Italian, que fica na George Street. O restaurante fica um pouco escondido, dentro de um prédio, mas tem um ambiente bem transado. Achamos a comida boa, mas confesso que esperávamos bem mais (maldita expectativa alta). Achei a conta cara (30 libras para duas massas + duas cervejas), mas depois de passear bastante pela cidade, vi que não dá para encontrar uma refeição decente por menos que isso. Esta libra não é mole…
Um pub secreto
Com as panças devidamente cheias, fomos conhecer o pub secreto da cidade, o Panda and Sons, que fica no canto esquerdo da Queen Street. Ele é dito secreto pois a sua fachada nada tem a ver com bar: é uma barbearia e para chegar até o bar, você tem que descer uma escada e entrar por uma porta disfarçada prateleira. É bem legal!
Aproveitamos que ainda estava de dia às 22h e passeamos um pouco mais pela cidade. Achamos a arquitetura linda, tanto da parte nova como da parte velha. Estava nublado e frio (10º em pleno verão!!) e ficamos um pouco desanimados, confesso, mas imagino que seja maravilhoso visitar a cidade com sol. A energia é outra, né?
Terminamos o dia em um pub na Royal Mile, o The Royal Mile (que original!), pois o nosso albergue dava desconto de 1 libra por cerveja consumida. Marcelinho adorou! Enquanto estávamos lá, o segurança tirou algumas pessoas bêbadas para evitar confusão. Não sei se é comum isso em Dublin também, porque nunca reparei, mas achei que o clima no lugar ficou estranhão.
Dia 2 – domingo (19/07/2015)
Tínhamos acabado de acordar, quando alguém ativou sem querer o alarme de incêndio ensurdecedor. Tivemos que descer os 7 andares ainda nos nossos pijamas para descobrir este mal entendido. Arghhh! Tomamos café da manhã em um lugar bem legal em nossa rua, o Joanna’s Place. As comidas estavam ótimas, a dona é uma fofa, o lugar é uma graça, mas a conta foi altinha (17 libras) para o breakfast.
Descemos a Royal Mile em direção à segunda atração mais importante da cidade, o Holyhood Palace, que é a residência da família real britânica quando eles estão na cidade. Nós até pensamos em pagar quase 12 libras cada um para visitá-lo, mas depois que a vendedora nos disse que não teríamos acesso aos cômodos que a família real utiliza atualmente, desistimos.
Exercício para os fortes
Decidimos subir o Holyrood Park até o Arthur’s Seat para ver o que é considerada a melhor vista de toda a cidade. O cara do nosso albergue disse que demorava 40 minutos para subir, mas acho que levamos o dobro disso, porque acabamos fazendo o maior percurso, que envolvia muitas subidas e descidas (passamos pelo Salisbury Crags – dá olhada no Google Maps). Depois que reparamos que existe um trajeto que é bem mais rápido e que muitas crianças inclusive fizeram. Acho que dá para parar o carro ou ir andando direto para o lago Dunsapie Loch e de lá subir para o pico. Fica a dica! De um jeito ou de outro, o importante é chegar ao topo agasalhado e ver este visual maravilhoso:
Quando chegamos lá embaixo, estava tendo uma feira medieval ao lado do Holyrood Palace, com vários stands de comidas e tradições tipicas e todos os expositores vestidos à caráter. Achei o máximo e deu para perceber que os moradores estavam curtindo também. A sensação é que eles realmente apreciam as tradições…que continuem assim!
Greyfriars Bobby
De lá fomos para o restaurante Greyfriars Bobby, que homenageia um cão que visitou o túmulo do seu dono durante 14 anos até o dia em que ele mesmo morreu. Ele e o seu dono estão enterrados no cemitério ao lado do restaurante e há uma estátua do bichinho logo em frente ao estabelecimento. Achamos a comida boa, mas cara para o que é, e por ser um lugar turístico, o atendimento foi horrível. O cúmulo foi ter esperado por 20 minutos uma mesa, sendo que haviam 4 vazias durante todo o tempo…Nós sentamos em uma delas, inclusive.
National Museum of Scotland
Entramos rapidamente no National Museum of Scotland, que fica em frente ao restaurante e tem entrada gratuita. O lugar é enorme e possui 4 museus: O National Museum of Scotland, National War Museum, National Museum of Rural Life e o National Museum of Flight. Como tínhamos menos de 1 hora para passear, escolhemos visitar o da Escócia apenas. O museu é bem rico em objetos e informações, fora que a estrutura do prédio é linda. Nós não conseguimos explorar com cuidado, pois não pegamos o audioguia e só tínhamos o panfleto que falava das principais atrações, mas imagino que seja um lugar bem interessante para visitar com calma.
Pegamos a nossa mochila no albergue e fomos andando para a estação de ônibus para pegar o nosso busão até Glasgow. Chegando lá, pegamos novamente o ônibus 500 e rapidinho estávamos no aeroporto. Lanchamos umas coisinhas gostosas no restaurante EAT e quando estávamos indo para o nosso portão de embarque, eu reparei que algumas pessoas estavam tirando foto com um rapaz com o olho roxo. Comentei com o Celo, mas ele me ignorou no início e continuou a usar a internet do aeroporto.
O mico da viagem…
Depois de um tempo, cruzamos com este rapaz de olho roxo e o Celo chegou à conclusão que era o lutador irlandês Conor McGregor, que atualmente é o líder de uma das categorias do UFC. Rapidamente, saquei a câmera e pedi para ele tirar uma foto com o Celo, que ficou verde de vergonha. Gente, não é todo dia que vemos um campeão, né…seja do que for! Ficamos super animados com o acontecimento, mas ao mesmo tempo nos questionamos sobre o motivo do campeão estar viajando de RyanAir com a gente, sem nenhum glamour. Foi preciso entrar no avião para ouvir a comissária parabenizar o lutador Paddy Holohan, também irlandês, por ter vencido a luta em Glasgow. HAHAHA…santa ignorância!!!
Resposta de 0
Haha. Muito boas as dicas. O episódio do McGregor foi ótimo. Me sinto assim também, perdida. kkkkkk
Pois é … mesmo com dois anos de Irlanda, ainda nos sentimos perdidos tb!
Muito bom! Estou preocupada que vou em dezembro! Se estava 10° no verão! 🙂
Eu acho que deve ser bem parecido com Dublin, a cidade onde moro. Verão fica entre 10-20 e inverno é entre 0-10. Só fica atenta com roupas impermeáveis e com o vento constante lá. Aproveite!