Alguns dias antes do meu aniversário, no final de outubro, decidimos fazer uma escapadinha de fim de semana pelo interior do Alentejo. Encontramos a Herdade Montes Bastos com um ótimo preço no Booking (135 euros as duas diárias com café para nós 4) e, como ainda havia disponibilidade de última hora, resolvemos aproveitar. Saímos de casa na sexta-feira, 24 de outubro, por volta das 18h e chegamos lá por volta das 21h, pois pegamos certo trânsito perto de Lisboa.
Mesmo já sendo tarde, fomos recebidos com muita simpatia pela senhora Lídia. Ela nos acompanhou até o quarto — amplo, aconchegante e com uma sala separada onde as crianças dormiram no sofá-cama — e ainda mostrou os principais espaços da herdade: o local do café da manhã, a sala comum dos hóspedes e até onde os meninos poderiam jogar ping-pong no dia seguinte. Nosso quarto dava para a piscina, mas só percebemos isso com clareza na manhã seguinte, quando o sol iluminou tudo.


O sábado começou com um café da manhã caprichado, preparado com carinho pela Lídia. Depois, começamos uma maratona de ping-pong, fizemos festinhas nos gatos da fazenda, alimentamos os porcos pretos com bolotas caídas no chão e observamos, de longe, as ovelhas e vacas. Para completar, ainda andamos de caiaque e pescamos dois peixes na barragem — que, claro, devolvemos por serem pequenos. Foi um dos pontos altos da viagem!

Apesar de uma chuva leve no meio do dia, nada atrapalhou o nosso programa. Quando bateu a fome, seguimos uma recomendação do hotel e fomos ao restaurante A Onda, onde comemos super bem e pagamos um valor que jamais veríamos em Cascais. Ah, esses cantinhos deliciosos e baratos de Portugal que eu tanto amo conhecer…
Aproveitamos que as crianças adormeceram no carro e demos uma rápida passada por Ourique para conhecer o castelo. Nada demais o castelo em si, mas a vista de lá de cima era bacana.

Depois, voltamos para a herdade, jogamos mais ping-pong, descansamos, tomamos banho e fomos jantar. Sentamos na mesma mesa do café da manhã, mas desta vez com pratos caseiros preparados por um restaurante parceiro, escolhidos de manhã com a Dona Lídia. Um jantar simples, saboroso e sem complicações — exatamente o que queríamos.
No domingo, repetimos o ritual: café da manhã, mais ping-pong, mais festinhas nos gatos, mais bolotas para os porcos, mais pescaria na barragem – dessa vez sem caiaque e o Paddy ainda conseguiu andar de bicicleta. As bicicletas para adultos e para a Juju não estavam em boas condições, mas a Dona Lídia comentou que a herdade vai passar por obras no inverno e primavera, então tudo indica que no ano que vem o espaço estará renovado. Tenho certeza de que a piscina interna vai ficar incrível!

Depois do checkout, fizemos uma pausa em Grândola para almoçar no restaurante Taverna D’Vila — mais arrumado e caro do que o do dia anterior — e também para realizar um desejo meu: conhecer o Mama Adama, um santuário de alpacas no meio do Alentejo. Eu já tinha esse passeio na minha lista para fazer com as crianças e fiquei muito feliz de conseguir encaixar nessa viagem de aniversário.

Entrei em contato pelo site e troquei mensagens com o dono para confirmar a visita. Às 17h, lá estávamos nós, com muita comida nas mãos para alimentar alpacas, cabras e até cavalos. O dono, um holandês chamado Paz, criou o espaço para resgatar animais em condições difíceis em vários países da Europa.
Pagamos 65 euros pelos quatro e ficamos cerca de uma hora por lá. No começo achei caro, mas logo percebi que valia cada euro: o lugar tem uma energia especial, os animais são visivelmente bem cuidados e boa parte do valor das visitas e hospedagens é reinvestido no resgate de mais animais. Um trabalho lindo.
Saí de lá emocionada e reflexiva — pensando no meu papel no mundo enquanto sigo ajudando na construção de softwares – e desejando todo o sucesso para eles. Recomendo muito a visita!
No fim, foram dois dias tranquilos, só nós quatro, redescobrindo atividades simples que não costumamos fazer em Cascais e, principalmente, nos reconectando como família. Apesar de já ser outono, o clima ajudou: nada de chuva forte, nada de frio exagerado. Perfeito para aproveitar tudo com calma. Foi exatamente a viagem que eu queria: leve, sem horários, sem pressa, sem exageros — só momentos bons, simples e nossos.
Nossa viagem em fotos































































