Estávamos nos programando para viajar com as crianças no feriado brasileiro de 15/11 (sexta-feira) para Monchique, mas quando lemos as notícias da gota fria Dana no Algarve e da neve repentina na Serra da Estrela, fomos ao Booking e cancelamos o nosso hotel.
Começamos a procurar hospedagens na Serra, arrumar as malas com roupas de frio e a pesquisar o que fazer por lá, e partimos na sexta depois do almoço com os pequenos eufóricos porque iriam ver neve!
Nossa Hospedagem
Escolhemos a Quinta Costa da Estrela (nota 9.4 no Booking) em Gouveia para ser o nosso cantinho para o final de semana. Lemos no site do Vagamundos que Seia, Gouveia e Covilhã eram boas bases para explorar a Serra, e acabamos optando por esta quinta em Gouveia apenas por causa do custo benefício (nota no Booking, preço, espaço…)
Fomos muito bem recepcionados pela dona Cristina, um portuguesa/americana que cuida da bela casa há alguns anos e que nos preparou o café da manhã nos dois dias que lá estivemos. A Quinta fica bem no centro de Gouveia e está totalmente remodelada. Gostamos bastante de ter dois quartos espaçosos e de deixar as crianças soltas pelo jardim da casa.
O que visitamos
SEXTA-FEIRA
Queijaria São Gião
Na sexta-feira, chegamos em Seia por volta das 16h e fomos visitar uma queijaria familiar para vermos como o famoso Queijo Serra da Estrela era feito. Acabamos ligando para algumas queijarias no meio da estrada e a São Gião nos recebeu sem cerimônia e sem marcação. Ela é pequena, tem cerca de 300 ovelhas e a fábrica é pequena mas parece eficiente. Conhecemos as funcionárias, as salas para os diferentes processos de fabricação, mas como o cheiro era bem forte lá dentro, as crianças quiseram sair logo de lá. Ficamos lá fora vendo as ovelhas e foi bem bacana ver o pastor assobiando e elas obedecendo e entrando no curral. Uma experiência simples e interessante, e ainda saímos de lá com um belo queijo de 12 euros.
Museu do Pão
Depois da queijaria, fomos no Museu do Pão, que conta a história deste alimento em Portugal e no mundo, e possui um espaço especial para as crianças aprenderem como podemos fazê-lo. Achei uma graça o espaço, principalmente a parte mais lúdica, e no final do tour, as crianças colocaram a mão na massa, literalmente. Pagamos 23 euros para nós 4 e no final fomos na lojinha para comprar um pão da região e enganar a fome. Viajar também tem que ser cultura!
Jantar em Gouveia
Fomos para nossa hospedagem fazer o check-in e depois saímos para jantar ali perto, no restaurante ” O Jardim”. Lugar bem simples, comida saborosa e rápida, exatamente o que precisávamos para fechar o dia.
SÁBADO
Sabugueiro
Tomamos nosso café sem pressa e fomos explorar a Serra da Estrela de carro. A nossa primeira parada foi na aldeia mais alta do país (1200m), Sabugueiro. Paramos o carro no centrinho, andamos um pouco pelas ruelas, bebemos água da fonte e no final paramos em uma loja/café para comprar meu imã e uns quitutes para a estrada. Os queijos e enchidos fizeram sucesso com todos!
Barragem da Lagoa Comprida
Seguimos na estrada e paramos depois na Barragem Marques da Silva, uma obra hidráulica destinada ao abastecimento de água e à produção de energia. Construída no início do século XX, ela foi projetada pelo engenheiro Manuel Marques da Silva, um importante nome da engenharia portuguesa, e é alimentada pelo rio Alva. Estava muito frio e vento quando chegamos e a água estava até saindo da represa, mas foi muito bacana ver de perto e explicarmos para as crianças também. Claro que jogamos pedrinhas lá dentro, né… tudo pela alegria deles.
Covão Da Ametade
Saímos da barragem e fomos direto até o Covão Da Ametade, o lugar mais desejado por mim em toda a viagem. Pegamos uma neblina bizarra na estrada e confesso que bateu um desânimo na hora, mas para nossa sorte, chegamos neste ponto turístico da Serra da Estrela e o lugar estava simplesmente incrível. Estacionamos o carro bem perto da entrada e andamos menos de 2 minutos até um bosque digno de conto de fadas. Eu fiquei apaixonada pelas cores do outono, pelo rio no meio das árvores, pela ponte de madeira, pelas mesas de picnic e por meus filhotes felizes brincando com pedras, folhas e a água do rio. Ficamos muito tempo ali curtindo a paisagem, tirando fotos, respirando o ar puro e apenas aproveitando o momento. Foi realmente mágico e recomendo a todos!
Torre – neve no topo da Serra da Estrela
Saímos do Covão super felizes e fomos até Torre, o lugar mais alto da Serra da Estrela, onde tínhamos as melhores chances de encontrar neve. Vimos alguma neve na lateral da estrada e ficamos animados com a possibilidade de brincar lá em cima, mas quando chegamos no estacionamento, foi uma decepção. Neve mesmo só em 2 ou 3 montinhos. O resto tudo já tinha derretido por causa da chuva que caiu na quinta-feira – fiquei sabendo disso depois. Mesmo assim, brincamos bastante com a pouca neve que tinha e quando cansamos de ficar no frio, entramos no centro comercial e bebemos chocolate quente para aquecer. Esperava mais do lugar, afinal é o point em Portugal para ver neve, mas é basicamente um grande estacionamento com um centro comercial no meio com lojas bem simples que vendem roupas de frio, brinquedos, enchidos, queijos e algumas bebidas. Não vá esperando muita coisa…
Nossa Senhora da Boa Estrela
Paramos na estrada para rezar e tirar fotos da Nossa Senhora da Boa Estrela, esculpida em um bloco de granito na encosta da montanha. Foi criada em 1946 pelo escultor António Duarte, como homenagem aos pastores da região, representando Maria com o Menino Jesus nos braços, simbolizando proteção e cuidado aos que vivem e trabalham na serra. Olha que linda:
Cascata Poço do Inferno
Fomos depois conhecer a Cascata do Poço do Inferno que foi uma das melhores surpresas da viagem e eu diria que é um MUST SEE na Serra da Estrela, assim como o Covão Da Ametade. Essa cascata fica mesmo ao lado da estrada, do lado de um estacionamento e há lá um caminho irregular com degraus de pedra que dá para toda a família curtir e chegar bem perto da queda d`água. Valeu muito a pena! Depois fomos em uns mirantes ali perto e aproveitamos a vista da Serra. Dá para fazer trilhas maiores ao redor da Cascata, mas a fome começou a apertar e achamos melhor seguir para um restaurante.
Jantar em Folgosinho
Tínhamos lido excelentes avaliações do Restaurante Albertino, na aldeia de Folgosinho, e decidimos ir jantar lá. Pegamos a estrada passando por Manteigas, que por sinal é espetacular, e chegamos na aldeia pouco depois das 18h. Para nosso azar, o lugar estava fechado e só abriria às 19h, mesmo o Google Maps falando que ele estava aberto. Liguei para o telefone indicado e confirmaram que poderíamos entrar às 19h agora com reserva. Fizemos hora jogando bola e brincando de faz de conta e às 19h entramos para almoçar e jantar.
O restaurante é o point da aldeia. Todas as pessoas que vimos andando pelas ruelas entraram no local. Ele parece pequeno por fora, mas na verdade tem alguns andares e muitas mesas. Achamos o atendimento muito bom e pedimos a recomendação do garçom, que era um menu de 22 euros por adulto/11 euros por criança – a Juju não pagou – com 5 pratos de carne, entre eles vitela, leitão, porco, cabrito e coelho, com seus respectivos acompanhamentos. Foi comida pra caramba e a experiência foi interessante, mas eu mesma não morri de amores pelos pratos não. Achei um pouco pesados e com temperos bem fortes, mas o Celo adorou e comeu bastante!
DOMINGO
Tomamos café da manhã, fizemos checkout, colocamos as malas no carro e fomos passear na cidade de Gouveia. Entramos na Câmara Municipal, na Igreja de São Pedro e na Igreja da Misericórdia e depois deixamos as crianças brincarem no parque infantil bem ao lado da Câmara. Uma manhã tranquila para todos.
Loriga
Dirigimos depois cerca de 40 minutos até Loriga, a aldeia conhecida como “Suiça Portuguesa”. Paramos primeiro na Praia Fluvial de Loriga e ficamos horas ali com as crianças brincando de fazer corrida de folhas na água. A paisagem é linda e o espaço deve ser excelente durante os dias mais quentes com as várias piscinas com profundidades diferentes.
Saímos de lá e fomos almoçar no Cantinho da Serra, porque o restaurante mais recomendado O Vicente estava lotado. Achamos a comida, o ambiente e o atendimento bons, mas não mudaram nossa vida não.
Pegamos depois estrada para Cascais e chegamos em casa no final do dia felizes com mais uma viagem por Portugal em família.
Quando será a próxima? 🙂
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