Segui mochilando sozinha desde Mendoza para Neuquén e San Martin de los Andes.
1°dia – quarta (25/05/2011)
Depois de 12 horas de viagem de ônibus desde Mendoza, finalmente cheguei em Neuquén. O ônibus era extremamente confortável com cadeiras de couro reclináveis, jantar e café da manhã excelentes e o melhor de tudo, teve bingo! O prêmio era uma garrafa de vinho de Mendoza, mas eu não ganhei. 🙁
Ao descer na rodoviária, bem vazia por sinal, me informaram que era o Feriado da Independência da Argentina, então tudo estava fechado, inclusive o centro de turismo. Não descobri nenhum ônibus que me levasse até meu albergue, então acabei pegando taxi, que saiu carinho para os meus padrões. O único lado bom dessa corrida é que o taxista me confirmou de que não havia nada para fazer na cidade (o guia já dizia isso), então a minha reserva para duas noites seria alterada assim que chegasse à recepção do albergue.
Antes de mais nada, preciso esclarecer que a parada em Neuquén foi estratégica. A viagem de Mendoza até Bariloche de ônibus demoraria cerca de 16h e eu definitivamente não queria ficar este tempo todo no ônibus, ainda mais sozinha. Consigo dormir 9h e ler por mais 3h, mas o que faria nas outras 4h sem ninguém para conversar? No way!
Pensando nisso, ainda no Brasil, comecei a pesquisar o que teria de interessante para fazer em Neuquén. Descobri que na capital mesmo não havia nada, mas que em Plaza Huincul existe o Museo Municipal Carmen Funes, que exibe o fóssil do maior dinossauro herbívoro do mundo, encontrado a 8km dali! Já que ia passar por ali, porque não ir ver né?! Anotado!
Cheguei ao meu albergue Punto Patagonico e de cara me desanimei. O clima estava estranho, as pessoas eram bem esquisitas e a limpeza do lugar era muito mais ou menos. Respirei fundo, dei uma cochiladinha e comecei a me arrumar para sair por volta de meio dia.
Peguei um taxi até a rodoviária e lá comecei a procurar por ônibus que me levassem até a cidade do museu. Desisti de procurar placas e fui perguntar em uma banca de revistas. A sorte é que uma menina da minha idade, bailarina, foi muito simpática comigo ao perceber que não era argentina, e me disse o ônibus que tinha que pegar. Ela inclusive ia pegá-lo, então fomos juntas, e durante as 2h de viagem conversamos sobre assuntos diversos da vida…adorei a companhia dela!
Cheguei a Plaza Huincul por volta de 14h. O ônibus me deixou em frente ao museu, onde fiquei até 15h30. O museu é bem maneiro, tem muitas réplicas dos dinossauros encontrados e tem muito material que conta a história do local. Achei interessante, mas certamente não trocaria um dia em uma cidade maneira para ir nesse lugar…
Como eu havia comprando o ônibus da volta para quase 2h depois que saí do museu, só me restou passear pela cidade para fazer hora. Achei o lugar horroroso, bem pacato e confesso que fiquei com medo de estar sozinha. Parei em um praça que tinha ali perto, na margem da estrada, e comecei a ler meu guia para ver como melhorar a minha situação em Neuquén.
Decidi ir para San Martin de los Andes, uma cidade conhecida por suas estações de esqui e por ser o xodó dos destinos dos argentinos ricos. O tal ônibus chegou, pontualíssimo, e quando cheguei na rodoviária de Neuquén, tratei de comprar passagem para SMA na mesma noite, saindo de lá às 23h. Me recusei a pagar taxi parar voltar para o albergue e acabei descobrindo um ônibus que dava a volta ao mundo, mas parava perto do meu albergue. Perto mais ou menos, porque foram cerca de 5 quadras até ele, totalmente em pânico porque estava tudo escuro e deserto. Corri um pouco (just in case) e cheguei no albergue um pouco ofegante. Aproveitei para dar notícias por e-mail/facebook e para tomar banho em um banheiro com janela sem cortina. =/
Fui para rodoviária de taxi, aproveitei para lanchar e peguei meu ônibus super confortável, onde dormir que nem pedra durante as 7 horas de viagem.
2°dia – quinta (26/05/2011)
Cheguei em SMA por volta das 5h30 e estava um frio absurdo, com arzinho saindo da boca, sabe? Peguei um taxi até meu albergue e quando cheguei lá, decidi dormir mais um pouco. Acordei perto das 10h, tomei café da manhã e fiquei curtindo um pouco o ambiente cozy que o albergue tem. Conversei com o cara da recepção e acabei conhecendo 3 mulheres que estavam no meu quarto, todas argentinas, mas de lugares diferentes.
Uma delas estava de carro e acabou nos levando para fazer um city tour, o que foi bem bacana. Paramos em alguns mirantes com visuais lindíssimos e tiramos muitas fotos. Depois fomos para a vila, muito linda por sinal, e ficamos passeando por ali, comendo coisas gostosas e conversando sobre a vida. Pena que elas tinham que ir embora da cidade…
O que achei mais interessante da cidade é que todas as casas têm que ser construídas com madeira e pedras, seguindo uma regra para manter tudo padronizado. É tudo muito perfeito, sabe? Um conjunto de casinhas de bonecas!
Acabei fazendo o passeio de barco que sai do portinho de SMA e vai para uma “ilha” chamada Quila Quina. Que delícia de passeio! Achei a ilha arrumadinha, meio rústica, com casinhas fofas, vegetação incrível e uma vista para o lago de tirar o fôlego. Como eu amei esse lugar…Comprei um hambúrguer no restaurante principal (e provavelmente único) da ilha e fiz questão de comer em outro lugar, bem no meio da natureza. Olha que visual:
Enfim…fiquei lá a tarde toda praticamente e só saí com o último barco possível. Passeei bastante e fiquei imaginando como seria ter uma casa de campo ali. Que luxo, hein?! Durante meio ano, tem um friozinho bom, que dá para usar lareira. Durante o ano todo, vista para o lago e pras montanhas com neve eterna, ouvindo o barulho das ondinhas… no inverno esqui, no verão banho no lago…perfeito! <3
Ao chegar na cidadezinha, o cheiro de lenha queimada estava bem forte, talvez porque estivesse bem frio. Aproveitei para tomar chocolate quente e comer alfajores, fiz amizade e consegui emprego (?) em uma lojinha de revelação de fotos e voltei para o albergue bem relaxada. Agendei para o dia seguinte o tour dos 7 lagos andinos até Villa La Angostura e fui dormir triste de ter que sair dali. Que lugar encantador! Quero voltar acompanhada um dia…
Quer saber tudo sobre minha viagem de 30 dias pela Argentina e Chile? É só clicar nos links abaixo:
- ARGENTINA – Buenos Aires e Tigre
- ARGENTINA – Córdoba, Alta Gracia, Villa Carlos Paz e Villa General Belgrano
- ARGENTINA – Mendoza, Uspallata e Puente del Inca
- ARGENTINA – Neuquén e San Martin de los Andes
- ARGENTINA – Bariloche
- CHILE – Puerto Montt e Puerto Varas
- CHILE – Pucón
- CHILE – Cálama e San Pedro de Atacama
- CHILE – Santiago, Vina del Mar e Valparaíso
Respostas de 4
Em que albergue vc se hospedou? Estou planejando minha viajem pela patagonia e quero muito parar em San Martin, mas n encontro locais baratos.
Oi Rebeca!
Fiquei no Puma Hostel…tudo excelente!
Agora que percebi que todos os links que coloquei não ficam muito visíveis. Se você voltar no post e buscar pela palavra albergue, vai achá-la com um link, quando passar o mouse por cima =)
De qualquer jeito, segue o link aqui – http://www.hihostels.com/dba/hostels-San-Mart%C3%ADn-de-Los-Andes—Puma-Hostel-002026.en.htm
Não deixa de conhecer Quila Quina!!! É muito lindo =D
Obrigado por compartilhar esta experiência! cidade fantasma foi o melhor, rsrs
De nada! 🙂 Você vai para lá?