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Budapeste em 2 dias

Índice

Nosso roteiro

Aqui estão os lugares que visitamos nessa viagem:

Dia 1 – sábado (27/12/2014)

Depois de quase 3 horas de trem desde Viena, chegamos na estação de trem Kelenfold, apesar de termos comprado passagem para Ferencváros. Quando estávamos no trem, a fiscal apareceu, marcou nossos tickets e falou em húngaro algo como  “No Ferencváros” e pronto, mudança de destino! Quando chegamos na estação, que não tem absolutamente NENHUMA placa em inglês, fomos procurar uma casa de câmbio para trocar Euros por Forints,  moeda utilizada no país. Eu tinha visto no Google que 1 euro = 330 forints, mas só encontramos 1 euro = 300, então paciência, né? Trocamos o dinheiro ali mesmo e fomos para as máquinas comprar os tickets de metrô (o que vale por 24 horas custa 1650 forints).

Enquanto estávamos na fila, percebemos que estávamos no terceiro mundo quando alguns homens ofereceram uma ajuda suspeita para algumas turistas orientais. Elas tentavam conversar com eles em inglês, mas não entendi exatamente o quê e nem quis me meter. Além disso, pela primeira vez, vimos fiscais olhando se os passageiros tinham os tickets ou não. Sério, ninguém passa sem eles verem o ticket. Não era mais fácil/barato ter uma roleta? Apesar desse início meio conturbado, ficamos surpresos com a modernidade da estação e do trem. Olha só:

Budapeste

Para quem não sabe, a cidade é dividida pelo rio Danúbio, ficando Buda, mais histórica, de um lado e Peste, mais moderna, do outro. Em 1849, foi erguida a primeira ponte pênsil (Ponte das Correntes) sobre o Danúbio, ligando Buda e Peste, mas só em 1873 estas duas cidades foram unidas, juntamente com Ôbuda, para criar o município de Budapeste. A maior parte dos restaurantes, lojas e atrações fica em Peste, portanto, foi lá que nos hospedamos.

Nosso hotel

Descemos do metrô na estação do hotel, Ferenciek Tere, e confesso que não gostei muito do que vi. Andamos pouco impressionados com os prédios bastante antigos, mas para nossa felicidade, avistamos um prédio moderno e era o nosso hotel. Ficamos no Eurostars Budapest Center (diária 72 euros), pois um amigo nos falou super bem dele, e olha, recomendo também. Achei tudo ótimo dentro do hotel, mas acho que existem vizinhanças mais impressionantes, se é que me entende…rs.

Deixamos nossas coisas no quarto e fomos direto para a estação de trem Kelleti para comprarmos nosso trem para Bratislávia para 2 dias depois. Tentei comprar as passagens pela internet, mas não encontrei nenhum site que não cobrasse taxa, então achamos melhor comprar lá na hora com uma certa antecedência. Pegamos um ônibus até a estação e quando entramos nela, ficamos assustados com o que vimos. A estação está pouquíssimo conservada (para não falar coisas piores) e não tem NENHUMA INFORMAÇÃO em inglês.

Conseguimos falar com um rapaz sobre a compra das passagens internacionais e ele nos indicou um balcão que ficava do outro lado da estação. Quando chegamos lá, nos deparamos com muita gente esperando e uma máquina com senhas! Acreditem se quiser! Fiquei chocada com aquilo e muito P da vida por não ter pago a taxa no site. Como nossa senha ia demorar para ser chamada, atravessamos a rua e tentamos comprar os sanduíches de sempre no SPAR, mas infelizmente estavam em falta (primeira vez que vi isso acontecer). Já que os estabelecimentos ao redor não pareciam muito atraentes, acabamos indo no KFC mesmo e entupindo nossas veias/artérias com aquele frango seboso delicioso. Voltamos para a estação e esperamos ainda 2 horas para comprar a passagem, que custou 10.850 forints para nós dois. Detalhe: a passagem não tinha horário restrito, apenas o dia desejado (29/12) e a senhora nos entrego uma mini timetable para você se programar e arriscar a sorte. Enfim, achei uma  grande furada. Se eu soubesse que seria esse perrengue, teria comprado online e pago a taxa! Fica a dica. 😉

Saímos de lá e fomos andando até o parque Varosliget, que é o maior parque do país. Não curtimos muito a vizinhança e nem as pessoas que cruzaram com a gente no caminho, mas nada de ruim aconteceu, graças a Deus. Achei o parque bem maneiro, mas esperava vê-lo mais conservado, não sei. Acho que estou ficando mal acostumada com o primeiro mundo irlandês e ficando mais exigente. Sorry. Dentro do parque, avistamos o palácio Vajdahunyad Castle, que é bem bonito como todos os sites e guias de viagem falam. Ele é uma mistura de vários estilos e hoje é o maior museu de agricultura da Europa. Ao redor dele, era para ter a maior pista de patinação do gelo da Europa, mas para nosso azar ela ainda não estava montada.

Passamos depois pela Praça dos Heróis, que tem o Millenium Monument e alguns prédios interessantes ao redor, como o Hall of Art e o Museum of Fine Arts.

Seguimos pela avenida que fica em frente à praça, a famosa e elegante Andrassy Út, que estava com todas as suas árvores sem folhas. Fiquei imaginando no outono e na primavera e acho que deve ser mais linda ainda. Andamos até a estação de metrô Bajza Utca e fomos surpreendidos pela sua aparência. Olhem que coisa mais linda:

Descemos na estação Opera, que como o nome mesmo diz, dá acesso à Hungarian State Operaque é um prédio lindíssimo de 1884. Nós entramos para ver se tinha algum espetáculo ainda com ingressos, mas só encontramos Nutcracker (de novo!) com preços super caros, então deixamos pra lá. Na saída do prédio, comprei um pão doce típico delicioso, o Kurtoske, por 400 forints. Recomendo!

Andamos até a St Stephen’s Basilica, que é linda por fora e mais ainda por dentro. É impressionante mesmo! Ela é de 1851, demorou 50 anos para ser construída, consegue receber até 8500 fiéis e guarda a relíquia mais preciosa da cidade: a mão direita do rei Estevão. Nos empolgamos tanto com ela que decidimos comprar ingressos para o concerto que aconteceria ali naquela noite (pagamos 12.600 forints), dentro de algumas horas.

Lanchamos na feirinha de natal fofa que tinha em frente e como tínhamos que fazer hora para vermos o concerto, decidimos visitar o prédio do Parlamento Húngaro. Este prédio demorou 20 anos para ser construído, ficando pronto em 1902. É o terceiro maior parlamento do mundo, com 691 cômodos e é umas das atrações mais famosas da cidade. Por causa do horário tarde, não conseguimos entrar para fazer a visita, mas valeu a pena tê-lo visto de fora, ainda por cima a noite, quando ele fica muito, muito lindo todo iluminado.

Voltamos caminhando pela margem do Danúbio e passamos pelo famoso monumento Shoes on the Danube Bankdedicado aos judeus mortos que foram jogados dentro do rio durante a Segunda Guerra Mundial. É bem comovente. De lá dava para ver a famosa Ponte das Correntes, que liga Buda a Peste, e e o castelo também, ambos lindamente iluminadao

Chegando na ponte, vimos o hotel Four Seasons, que também fica iluminado a noite e é lindo de morrer. Como estava tendo uma feira de natal dentro dele, entramos para espiar a beleza interna e aproveitamos para fazer um wine tasting de vinhos húngaros. Achamos todos deliciosos, mas o que mais gostamos foi o Thummerer Pince. Provem também! Ah, o melhor de tudo: são super baratos. Depois voltamos para a feirinha em frente à basílica para comer mais algumas coisitas e fomos surpreendidos por um show de luzes em cima dela. Foi o tempo certinho para entrarmos na basílica para ver o concerto do órgão. O pianista era um húngaro famoso que foi muito aplaudido (não lembro o nome, claro) e teve também um flautista e um tenor, que fizeram um show. Foi demais!

Dia 2 – domingo (28/12/2014)

Acordamos cedo, tomamos café da manhã, pegamos o metrô até a Ponte das Correntes (estação Vorosmarty Ter) e quando chegamos ao Danúbio, pegamos o famoso bondinho (Villamos) até a base da ponte (deu menos de 5 minutos). Atravessamos a ponte pelo lado esquerdo, pois é o melhor lado para ver o Castelo de Buda

Para subir até o Castelo, você pode ir andando pelos ruelas ou pegar o funicular, que foi o que fizemos (2200 forints para nós dois). Se der para comprar o ticket antes, compre, porque nós ficamos em uma fila bizarra, ainda por cima no frio.

 Este castelo enoooooorme foi construído no século XIII pelo rei Bela IV, mas no século XVI ele foi completamente destruído pelos turcos. A aparência que vemos hoje dele é graças aos Habsburgos, que no século XVIII o reconstruíram e embelezaram a região ao redor. Atualmente, o palácio abriga vários museus, entre eles o  Budapest History Museum, The Hungarian National Gallery, National Szechenyi Library, mas nós não chegamos a entrar em nenhum deles para conhecer, apenas para nos aquecer. Ah, a vista de lá de cima é maravilhosa!

Fomos andando pela Colina do Castelo pela parte de trás, inclusive pela rua Úri Utca com suas casas barrocas,  até que chegamos à Igreja de Santa Maria Madalena, construída no século XIII para uso dos cidadão húngaros proibidos de frequentar a Igreja de São Matias. Ela foi quase totalmente destruída na Segunda Guerra Mundial, restando apenas a torre e o portão…

De lá, fomos visitar a famosa Igreja de São Matias, que fica bem colada ao Bastião dos Pescadores, construído em 1895. Fiquei chocada quando entendi que tínhamos que pagar 2.400 forints para entrar nela! Pelo amor de Deus, né? Enfim…claro que pagamos. Esta igreja foi erguida em cima de uma construção do século XIII e foi nomeada em homenagem ao rei Matias em 1470. Durante  a maior parte da Idade Média, os húngaros não podiam entrar no local, que era de uso exclusivo dos alemães. Quando os turcos tomaram o poder no século XVI, a igreja foi transformada em uma mesquita. Segundo a lenda, uma imagem de Nossa Senhora apareceu em 1686 durante as orações dos turcos, que interpretaram como um sinal de derrota, e de fato, perderam Buda para os Habsburgos. Nesta igreja, aconteceram vários eventos importantes, entre eles a coroação do imperador Franz Joseph I e o casamento do rei Matias. Ela é maravilhosa por fora e por dentro. Depois passeamos pelo Bastião dos Pescadores e aproveitamos para curtir o visual que é bem maneiro.

Descemos a colina, passamos em frente a uma igreja calvinista linda e fomos andando pela margem do rio até a estação do bonde (os ingressos são vendidos na estação de metrô no subsolo).

Olha só a vista do Parlamento da estação do bonde:

Pegamos o bonde até o Hotel Gellert, pois lá estão os banhos termais mais famosos da Hungria. Quando chegamos, não vimos muitas explicações em inglês, mas entendemos que eles vendiam a entrada + locker ou entrada + cabine, sendo esta segunda a mais cara (5500 forints por pessoa, contra 5100). Escolhemos a segunda opção, mas quando já estávamos lá dentro, descobrimos que a mulher nos deu a primeira. Acabou que Celo teve que ir para o vestiário masculino e eu para o feminino, coisa que não teria acontecido se tivéssemos uma cabina nossa. No meu vestiário, as mulheres se trocam onde estão os armários e acredite se quiser, os homens conseguem vê-las se ficarem na base da escada. Alguns retardados ficavam ali olhando, mas no vestiário do Celo foi mais tenso: algumas mulheres passaram andando e fazendo questão de olhar os homens nus. Povo curioso, né?

Entendemos que tínhamos que comprar toucas para colocar no cabelo (1400 forints por duas), assim como alugar as toalhas de banho (1400 forints por duas), mas quando entramos, vimos que a touca só é necessária na piscina para natação, a única que não entramos por não ser tão aquecida, ou seja, dinheiro jogado fora. Ficamos aproveitando as piscinas internas, que possuem temperaturas entre 36º a 40º, mas eu achei o ambiente um pouco claustrofóbico, porque não existem janelas e aí fica aquela sensação de lugar abafado, sabe? Fora isso, o lugar é bem confuso e os funcionários não são muito simpáticos, então tem que ir com paciência e tempo para descobrir tudo. Depois de um tempo, decidimos tomar banho na piscina externa, mesmo com o frio de quase zero grau. Foi uma decisão difícil para mim, mas no final, depois do perrengue de correr no frio só de biquini, achei que valeu muito a pena! De longe, foi o melhor banho de todos. A água estava com uma temperatura ótima (acho que 40º) e o frio do lado de fora estava suportável quando estávamos dentro da piscina. Não posso dizer o mesmo sobre fora da água…rs

Fomos para o hotel nos arrumar, pois tínhamos comprado um jantar em um barco no Danúbio pelo site Viator. Fomos para o ponto de encontro e quando a excursão saiu, aproveitamos para ir conversando com a guia até lá. Quando chegamos no barco, nos disseram que íamos compartilhar uma mesa com outras pessoas, sendo que quando eu comprei, eles falaram que sentaríamos em mesa dupla. Aproveitei que estava íntima da guia e falei isto para ela, inclusive reforçando que era nosso aniversário (not really – feio, feio, feio, eu sei). Depois de alguns minutos, ela conversou com a gerente, que conversou com os responsáveis pelo barco, e eles decidiram liberar mais mesas e deixar os casais sentarem sozinhos, porque certamente eles também reclamaram. A comida foi servida no buffet e estava bem gostosa, acima até das nossas expectativas. A vista dos prédios e pontes iluminados são encantadores de dentro do barco e por alguns minutos, deixou a gente esquecer que o jantar era daquele tipo mega turístico, sabe?

Dia 3 – segunda (29/12/2014)

Fizemos o checkout no hotel, mas deixamos as nossas coisas na recepção para passearmos pela cidade até a hora do trem. Aproveitamos para visitar a famosa sinagoga Dohany, que é a maior sinagoga da Europa e a segunda maior do mundo, perdendo apenas para a de New York. Pegamos um tour em inglês com uma senhora muito simpática, que explicou os mínimos detalhes da história dos judeus no país. Ela aproveitou que estava frio e contou tudo o que tinha que contar dentro do prédio, o que foi ótimo. Quando terminou de falar, andou conosco até lá fora e só nos mostrou os lugares já mencionados antes (cemitério, árvore, escultura, etc). É de arrepiar…

Aproveitamos que estávamos ali perto e fomos conhecer o famoso mercado Gozsdu Udvarque é um lugar meio escondido no meio dos prédios com vários restaurantes transadinhos. Costuma bombar no final de semana e nos dias de semana a noite, mas quando fomos de dia estava relativamente vazio. Escolhemos o Cafe Vianporque o ambiente parecia aconchegante e nos demos bem com a comida e vinhos escolhidos. Tudo delicioso!

Fomos depois finalmente conhecer a principal rua de pedestres da cidade, a Vaci Utca, repleta de lojas e restaurantes, super indicada em todos os blogs que li. Eu particularmente fujo de compras, mas achei a rua bem agradável mesmo com o frio que estava fazendo. O melhor dela é que termina (ou começa?) no Mercado Centralque é enorme, extremamente limpo e muito interessante. Valeu a visita, mas se eu soubesse que era tão legal, teria reservado mais tempo para rodar com calma.

Voltamos para o hotel, pegamos nossas coisas e fomos para a estação Kelleti de metrô. Demoramos um pouco para entender a organização das plataformas, mas entramos no trem certo para Bratislávia. Ufa…que alívio! 🙂


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  • Resumão da viagem de 16 dias – veja aqui
  • Salzburgo em 5 dias – veja aqui
  • Hallstatt e Bad Ischl em 1 dia  – veja aqui
  • Melk em 1 dia – veja aqui
  • Viena em 3 dias – veja aqui
  • Bratislávia em 3 dias – veja aqui 

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