Dia 1 – quarta – feira (24/12/2014)
Saímos de Melk pela manhã e chegamos na estação de trem Wien Westbanhof, em Viena, 1 hora depois. Fomos andando até o nosso hotel, porque era a melhor maneira de chegar até ele segundo o Google Maps, mas depois descobrimos que era só ter pego metrô e descido 2 estações depois. Os 20 minutos de caminhada com 15 quilos nas costas do Celo foram à toa. Começamos mal… 🙁
Nosso hotel
Ficamos hospedados no Star Inn Hotel Wien Schonbrunn (nota 8.2), porque achamos o preço ótimo (diária de 54 euros), assim como as avaliações no Booking. Ele não fica no centro da cidade (Ring), mas como a estação de metrô Langenfeldgasse é em frente e os trens são muito frequentes, em menos de 15 minutos estávamos no centro. Queríamos um hotel confortável para passarmos o Natal, já que este seria o primeiro longe de nossas famílias, mas também não queríamos pagar muito caro, então foi a nossa escolha.
Deixamos nossas malas no quarto, pegamos mapas na recepção e aproveitamos para comprar o Vienna Card (23 euros para cada um por 72 horas), que nos deu descontos em várias atrações, assim como transporte de graça. Pelos nosso cálculos, valeu muito a pena, então se você quiser conhecer as atrações da cidade e precisar pegar transporte público, certamente vai valer a pena também. Não deixe de checar!
Pegamos o metrô até a estação KarlPlatz, que fica na RingStrasse, que é a avenida que delimita o famoso Ring, lindíssimo por sinal. É nesta região que estão diversas atrações turísticas, restaurantes e lojas, com ruas são simplesmente deliciosas de passear.
Stephansdom
Fomos direto para a catedral da cidade, a Stephansdom, considerada a alma da cidade. Entramos na Catedral, que é linda por fora e também por dentro, e depois decidimos subir os quase 400 degraus da Agulha Sul para ver a vista da cidade, que é super famosa. Detalhe: pagamos 4 euros cada para subir esses degraus extremamente claustrofóbicos e quando chegamos no topo, nos depararmos com uma loja enjaulada, sem nenhuma área externa, o que foi muito frustrante. A vista é realmente linda, mas você tem que abstrair as grades, o vidro, a lojinha lá em cima, ou seja, praticamente tudo. Eu diria que é quase uma furada…rs.
OBS: O local da Dom abriga uma igreja há oito séculos, mas tudo o que restou da construção original em estilo românico foram o Portão dos Gigantes e as Torres Pagãs. Bastante danificada depois da 2ª guerra mundial, ela passou por uma intensa reforma que mobilizou todo o país.
Peterskirche
Saímos de lá e passeamos pelas ruas ao redor da Catedral, que são muito agradáveis, e chegamos até a Peterskirche, que é uma das igrejas mais antigas da cidade (fundada em 792). Linda!
Como queríamos ir até a feira de Natal mais famosa da cidade, a Christkindlmarkt Rathausplatz, passamos em frente ao Palácio Imperial Hofburg e depois ao Parlamento, até chegarmos a RathausPlatz, que é a praça onde tem a prefeitura e estava tendo a feirinha.
O prédio da prefeitura de Viena é de 1880, mas está sendo reformado até 2023. Ele é considerado um dos mais bonitos da Europa e é realmente impressionante com seu estilo neogótico.
Christkindlmarkt Rathausplatz
A feira de Natal era bem grande, com a maioria dos quiosques de lojas de enfeites de Natal, e não restaurante/lanchonetes, como esperávamos. Mesmo assim, conseguimos provar lanches gostosos (bratwurst, principalmente) e enganar a fome. A ideia era comprar a nossa ceia do Natal ali, mas não achamos nada de tão interessante para levar para o hotel.
Quando começou a anoitecer, voltamos para o hotel com a esperança de comprarmos nossa ceia no SPAR que fica ao lado dele, mas infelizmente ele já estava fechado. Pedimos dicas para o rapaz da recepção do hotel e tivemos que ir até a estação de trem Wien Westbanhof, que era o único lugar da cidade com lojas/mercados ainda abertos. Caprichamos na nossa ceia com champagne, vinho, queijos, azeitonas, pães especiais, linguiças, saladas e outras guloseimas.
Para completar, ainda assistimos o clássico Home Alone (Esqueceram de mim) em alemão, até pegarmos o metrô por volta de 22h para assistirmos a missa de meia noite na Stephansdom. Ficamos impressionados com a quantidade de gente que estava na porta e que calmamente entrou na catedral quando os portões se abriram. Achamos a experiência interessante, apesar de não termos entendido uma palavra que foi dita, claro. Quando voltamos para o hotel, já era hora de falar com nossos familiares, porque já estava perto da meia noite deles e ainda bem que a internet funcionou direitinho. Deu pra aquecer nossos corações!
Dia 2 – quinta – feira (25/12/2014) – NATAL!!!
Acordamos com a esperança de ver neve na rua, mas só vimos chuva. Pegamos novamente o metrô para o Ring e começamos a visitação dos museus que estavam na nossa lista de desejo. Compramos os Sisi Ticket, que custaram 23 euros para cada com o desconto do Vienna Card e nos deram acesso ao Palácio Hofburg (Sisi Museum, Silberkammer e Kaiserappartments) e ao Palácio Schonbrunn, que são as atrações principais da cidade relacionadas à época do império Habsburgo.
Palácio Hofburg
Começamos pelo Silberkammer, que é onde está a coleção de prataria e cerâmica da família real. É impressionante a quantidade de itens expostos e a beleza deles também. Você sai de lá querendo ter frequentado aqueles jantares maravilhosos, sabe? Tudo lindo!
Depois entramos no Sisi Museum, que explica direitinho a história da imperatriz Elizabeth, conhecida pelo apelido carinhoso de Sisi, com mais de 300 objetos dela. É uma viagem ao tempo, porque são muitos, muitos detalhes…ficamos impressionados.
Para quem tiver interesse por sua história:
Ela se casou com seu primo Franz Joseph quando tinha 16 anos, quando na verdade era para ele se casar com sua irmã mais velha. No entanto, ele se sentiu encantado por ela e pelo que dizem, ficou assim até a sua morte, coisa que não foi recíproca. A imperatriz era considerada uma das mulheres mais bonitas da sua época, com seus longos cabelos negros, que demoravam cerca de duas horas por dia para serem arrumados. Ela era neurótica por dietas e exercícios para manter-se magra, então sempre teve excelente forma física.
Eles tiveram filhos, mas um deles, Rudolf, se suicidou e matou a mulher junto, o que foi um choque para todos na época. Desde então, Elizabeth entrou em luto e passou a não ver mais graça na vida, desejando sempre a morte enquanto sempre usava roupas pretas. Passou a viajar bastante para fugir da vida de imperatriz, até que em uma de suas viagens, ela foi assassinada por um anarquista, que na verdade tinha a intenção de matar o Duque de Orleans. Mais informações aqui (o que escrevi acima eu li no museu, mas acho que está de acordo com o site.)
Entramos depois no Kaiserappartements, onde pudemos visitar os cômodos utilizados pelo imperador Franz Joseph e pela imperatriz Elizabeth, com todos os móveis e detalhes impecáveis. É de ficar de queixo caído. Infelizmente não era possível tirar fotos, então façam a visita que vale muito a pena.
Biblioteca Nacional
Saímos do Palácio e depois entramos na Biblioteca Nacional, que fica na JosefsPlatz. Pagamos 12 euros para entrar e valeu cada centavo, porque realmente o Prunksaal (Salão de Honra) é lindíssimo e faz por merecer o título de mais bela biblioteca da Europa.
AugustinerKirche
Depois fomos na AugustinerKirche, do século XIV, que é a igreja onde o imperador Franz Joseph e Sisi se casaram, assim como Napoleão Bonaparte e Maria Luiza. Em estilo gótico, ela foi reformada para ganhar o estilo barroco, mas depois voltou às origens. É ali que estão as urnas de prata com os corações dos membros da família Habsburgo e do filho de Napoleão, mas que não conseguimos ver porque estava fechado.
Passamos na Kapuzinerkirche e na Kaisergruft também, já que elas ficavam ali pertinho. Esta cripta foi construída em 1617 para guardar os restos mortais da família Habsburgo. Hoje ela abriga cerca de 138 integrantes da dinastia, faltando apenas o último imperador da Áustria, Carlos I, que está enterrado na Ilha da Madeira e Ferdinando II, que está em um mausoléu em Graz. A visita custou 11 euros para nós dois e os túmulos são lindos, sendo muitas vezes de mármore ou de metal, com muitos acabamentos luxuosos. É meio creepy, mas como o Celo insistiu, me deixei levar.
Karlskirche
Atravessamos a Karlsplatz em direção à Karlskirche, que fica ao sul das atrações anteriores. Esta igreja foi prometida pelo imperador Carlos IV para a cidade assim que ela se livrasse da peste que devastou Viena em 1713. Com 72 metros de altura, é a estrutura barroca mais alta da cidade. Linda por fora e por dentro.
Fomos à procura do Naschmarkt, que fica perto daquela região, mas infelizmente ele já estava fechado. Este mercado é o mais famoso de Viena e tem mais de 120 stands de comida para você experimentar de tudo.
Griechenbeisl
Como já estava escuro, pegamos o metrô até a estação SchwedenPlatz, porque queríamos conhecer a Griechenbeisl, que é a taverna mais antiga da cidade (1447) e era frequentada por Schubert e Beethoven. Coisa chique, né? É, e por isso, prepare-se para gastar uma graninha, principalmente porque o garçom pergunta se você quer acompanhamentos e você empolgado responde que sim achando que está incluído. Doce ilusão…rs.
Pegamos o metrô de volta para a região da Dom e como queríamos fazer hora para o Haus der Musik (a partir das 20h o preço caía pela metade, 12 euros para nós dois), fomos comer a famosa Sacher Torte, na cafeteria do luxuoso Hotel Sacher. Esta é a torta de chocolate mais famosa do mundo, cuja receita é de 1832 e está guardada a sete chaves. Mais de 360 mil peças são produzidas por ano a mão – isso mesmo – a mão. Para minha infelicidade, a torta não é muito doce, então não morri de amores. Já o Celo….
Como ainda faltavam algum tempinho para às 20h, tentamos entrar no Casino Wien para passear e gastar uns euricos, mas fomos surpreendidos com uma taxa de cadastro de 30 euros por pessoa. Que absurdo! É claro que não entramos, né…
Haus der Musik
Ficamos então passeando pelas ruas, mesmo com o frio que estava fazendo, até que finalmente entramos no museu da música. Gente, que decepção! Achei o museu confuso, meio alternativo demais e muitos dos equipamentos estavam com defeito (caixas de som, fones de ouvido, etc). Não gostei da maior parte das coisas que vi/senti/ouvi, principalmente porque algumas coisas só estavam em alemão. A única coisa que achei maneira e que não fez a visita ser em vão é uma sala onde você pode ser o maestro virtualmente, então você se diverte um pouco com os movimentos e sons errados que saem dos músicos. Só isso. Não vale a grana nem o tempo gasto.
De lá, voltamos pro hotel para descansar. Assim foi o nosso primeiro – e espero que único – Natal longe da família.
Dia 3 – sexta – feira (26/12/2014)
Palácio de Schonbrunn
Pegamos o metrô na direção contrária para visitarmos o famoso Palácio de Schonbrunn, residência de verão da família imperial. A estação de metrô fica dentro de um parque, então você tem que andar um pouco até chegar ao palácio. Enquanto andávamos até ele, vimos mais de 10 ônibus chegando com grupos enormes de turistas, ou seja, acho que é uma das atrações mais visitadas da cidade. Não precisamos pegar fila, pois já tínhamos comprado ingresso no dia anterior, então se você conseguir comprar com antecedência como nós, recomendo que o faça. Além disso, como era relativamente cedo, conseguimos entrar direto, sem ser alocado em grupos com horas marcadas. Parece que se você chega um pouco tarde, isso acontece e dependendo de quantas pessoas estão na sua frente, você fica esperando horas para entrar. Enfim…chegue cedo para evitar problemas. 😉
O palácio é lindo por fora e por dentro, principalmente por causa dos ambientes oficiais decorados com lindos adornos em estilo rococó. A Grande Galeria, o Gabinete Redondo Chinês e a Sala Vieux – Lacque são impressionantes, assim como o jardim que fica na parte de trás do palácio, que precisa ser visitado com calma. Depois de algum tempo apreciando a beleza do palácio e jardins e, portanto, passando frio, fomos nos esquentar na feirinha de Natal que ainda funcionava na frente do palácio, comendo e bebendo coisinhas gostosas quentes.
Pegamos o metrô em direção à Staatsoper, casa de ópera de Viena inaugurada em 1869, pois tínhamos ingressos para o ballet Quebra Nozes em uma apresentação que começaria às 13h. Como chegamos com certa antecedência, decidimos parar para comer em um café tradicional, o Tirolerhof, que ficava ali pertinho do prédio.
Staatsoper
Preciso destacar que o teatro é lindo por fora e muito chique por dentro, então vale a pena entrar nele. Sei que existem visitas guiadas, mas se você conseguir ingressos vai ser melhor né, porque já mata dois coelhos com uma cajadada só. Nós encontramos ingressos a 11 euros em uma parte do teatro que não tinha visibilidade total do palco, mas foi suficiente para assistir o espetáculo e se impressionar com a beleza da arquitetura interna dela. Dê uma olhada antes de chegar na cidade, mas caso não consiga ver a tempo, não se preocupe, porque tem muita gente vendendo espetáculos por toda a cidade. Chega até ser chato, porque eles sabem que você é turista e sempre te oferecem algo…
Palácio Belvedere
De lá, fomos até o Palácio Belvedere (22 euros para nós dois) que foi construído para ser a residência de verão do príncipe Eugênio de Savoia, comandante militar que conseguiu derrotar os turcos em 1683. Neste complexo existem dois palácios ligados por jardins clássicos projetados em estilo francês, projetados em três níveis. Como chegamos perto de escurecer, compramos apenas a visita ao Belvedere Superior, que é o maior dos palácios. Não vimos cômodos decorados como nos outros palácios, mas sim uma grande exposição de quadros e esculturas. Atenção aqui, caso não queira ver arte!
De lá, tentamos novamente ir no Naschmarkt, mas novamente encontramos ele fechado. Pelo visto, não foi só no Natal que ele ficou fechado… Vai ficar pra próxima!
Parque Prater.
Pegamos o metrô até a Praterstern Bf, pois é lá onde fica o parque Prater. O legal dele é que você não paga nada para entrar, mas se quiser ir nas atrações, paga por cada uma delas. A atração mais famosa é a Riesenrad, roda gigante construída em 1896. A vista é linda e os vagões não ficam tão cheios, então dá para apreciar todos os ângulos sem parecer que está em uma lata de sardinha. Tem uns vagões românticos também, mas devem ser bem mais caros que 16 euros para o casal. Aproveitamos os quiosques com comidinhas e jantamos por ali mesmo, apreciando a queda da primeira neve do inverno vienense. Foi para fechar a cidade com chave de ouro!
Sábado (27/12/2014)
Saímos cedo do hotel, pois nosso trem para Budapeste saía às 9h12 da Wien Hauptbahnhof, que é a principal estação de trem da cidade. Pegamos o metrô e duas estações depois, chegamos. Como é fácil essa vida de cidade com transporte público eficiente! 🙂
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